Deputado evangélico sairá do DEM após partido criar comitê LGBT

Sóstenes Cavalcante é aliado de Silas Malafaia e apresentou projeto de lei para impedir uso de banheiro por trans

Publicado em 11/04/2021
Deputado evangélico Sóstenes Cavalcante deixa o DEM por causa de comitê LGBT
Político do Rio é interlocutor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com meio evangélico

Integrante da bancada evangélica do Congresso, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (RJ) anunciou que deixará o DEM após divulgação de que a legenda criará setorial LGBT.

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Em lista de transmissão no WhatsApp, no sábado 10, o parlamentar informou que procurará outro partido alegando distanciamento de "perfil ideológico".

Segundo O Globo, junto ao anúncio, Cavalcante compartilhou link de reportagem que falava da criação do comitê "Democratas Diversidade".

Presidente nacional do DEM, ACM Neto explicou na publicação em questão que o objetivo é "combater o preconceito" e que o partido não tolera discriminação "por causa de sua orientação sexual, religiosa, cor de pele ou qualquer outro".

Vários outros partidos, tais como PDT, PSDB e PSB, têm setoriais dedicados à diversidade que, na prática, é para apoiar candidatos LGBT.

"Amigos, me filiei no Democratas, no período do pedido de impeachment da Dilma, porque o DEM era oposição ao PT. Com os rumos que nosso partido está tomando, meu mandato vai se distanciando do perfil ideológico do partido, sendo assim, na janela em março, terei que buscar um partido que me dê conforto ideológico ao nosso mandato. Em março de 2022, na janela partidária, vou procurar outra sigla!", escreveu Cavalcante na mensagem.

O deputado é aliado do pastor Silas Malafaia, que é líder da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo e interlocutor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com meio evangélico.

Ele deve assumir a liderança da bancada evangélica no lugar de Cezinha de Madureira (PSD-SP) no início de 2022.

Cavalcante é o mesmo parlamentar que em 2018 apresentou projeto de lei para punir pessoas trans que usassem banheiro de acordo com sua identidade de gênero.

Pelo projeto, homens e mulheres trans que não passaram pela cirurgia de redesignação sexual estariam proibidos de usar banheiros, respectivamente, masculinos e femininos, em hospitais, escolas e locais públicos sob pena de multa e até prisão de três meses a um ano.


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