Polícia da Venezuela invade sauna gay e prende 33 homens

Mídia e polícia do país mostraram rostos e divulgaram dados sigilosos de alguns, como serem portadores de HIV

Publicado em 27/07/2023
sauna venezuela gay
Invasão ocorreu no domingo e uma parte dos detidos será indiciada. Foto ilustrativa

Em invasão considerada arbitrária pelo movimento LGBT, a polícia da Venezuela entrou em sauna gay e prendeu 33 homens.

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A detenção foi realizada na Avalon Club na cidade de Valencia, no estado de Carabobo, norte do país.

Segundo a imprensa local, policiais receberam denúncia que havia prática de atos ilícitos no misto de sauna e boate.

Lá, eles encontraram várias salas com homens fazendo sexo. Durante a inspeção, notaram um quarto com várias câmeras posicionadas, possivelmente para fazer filmagens pornôs.

A polícia apreendeu documentos, preservativos e celulares que estavam com os homens. Nos aparelhos, notaram que haviam vídeos com homens transando.

Não é crime ser homossexual na Venezuela. A ação da Polícia Nacional Bolivariana se assemelha a iniciativas contra gays realizadas em países africanos ou muçulmanos, como o Egito.

A ONG local Movimiento Somos alerta para a espetacularização do caso tanto da polícia quanto da mídia, que mostrou o rosto dos homens e divulgou dados pessoais e o status sorológico de alguns - assim como no Brasil, na Venezuela é crime revelar que alguém tem HIV.

"Nós do Somos alertamos que esses eventos representam uma escalada da criminalização, repressão e violação dos direitos das pessoas LGBTIQ+ na Venezuela que nosso Observatório de Direitos LGBTIQ+ documentou nos últimos anos", afirmou a entidade.

"Denunciamos que o devido processo legal foi violado neste processo e todos os procedimentos policiais e judiciais foram motivados por preconceito e violência LGBTIQfóbicos. Nesse sentido, 33 pessoas foram criminalizadas por sua orientação sexual."

Diversas outras organizações LGBT pela América Latina também se pronunciaram contra este ato do governo venezuelano.

De acordo com sites locais, 23 homens foram liberados na terça-feira 25. Os outros 10 seriam apresentados ao Ministério Público acusados de crime de atentado ao pudor, previsto no artigo 382 do Código Penal Venezuelano.

 

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