ELEIÇÕES 2020
Informações para você e a comunidade LGBT votarem de forma consciente

Em candidatura coletiva, Laina Crisóstomo quer poder para mulher

Psolista é advogada, feminista e fundadora de projeto social. Seu objetivo é a Câmara Municipal de Salvador

Publicado em 14/11/2020
laina crisóstomo
Candidata fala que compromisso do Psol com LGBT é concreto, inclusive com mais dinheiro para o segmento

Laina Crisóstomo é candidata a vereadora pelo Psol e quer fazer mandato em conjunto de ponta a ponta, do gabinete até a população de Salvador. 

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Advogada e lésbica, ela está em candidatura coletiva com mais outras duas mulheres pretas, como faz questão de reforçar. 

O que apresenta de diferente também é sua ligação com as pessoas. "Não vamos nas periferias a cada dois anos pedir voto, moramos nas periferias", afirma nessa entrevista ao Guia Gay Salvador.

Em que acha que seu mandato pode contribuir para a cidadania arco-íris da capital?
Nossa candidatura traz muita diversidade, se apresenta com 3 mulheres pretas e tem lésbica, bissexual na composição isso traz não representativa, mas traz a voz da comunidade LGBT a partir de quem vivencia as opressões e as violações de direitos no tocante a pauta LGBTQIAP+  

Quem votar em você vai ajudar a eleger pessoas do Psol. Qual o compromisso do partido com a pauta LGBT?
PSOL é o partido que tem como bandeira de luta o fortalecimento da comunidade LGBT. Neste ano a resolução nacional de distribuição do fundo eleitoral colocou como prioridade no recebimento de recursos e em tempo de televisão, LGBT.

Isso mostra que não queremos apenas ter candidaturas para mostrar para fora que temos diversidade, mas o partido investe realmente para pensar em chances reais de que sejamos eleitas, eleites e eleitos.

Fora da questão LGBT, quais suas três principais propostas a população de Salvador?
Temos com eixos principais de luta de mulheres, negros e negras, LGBT e direito a cidade. As três covereadoras têm pautas muito potentes de luta. Sou fundadora da ONG TamoJuntas, que faz enfrentamento a violência contra a mulher e também é uma mulher lésbica.

Como projeto, quer pensar a possibilidade de inclusão no SUS em Salvador da inseminação artificial em mulheres lésbicas ou homens trans que desejem engravidar, tal como acontece em Brasília.

Cleide Coutinho tem como bandeira de luta a moradia digna e o combate ao extermínio da juventude negra.

Ela teve dois filhos assassinados pela violência policial e como projetos tem criação de um dia para marcar a importância de debater o extermínio da juventude e a violência policial, e quer trazer para Salvador um projeto de Marielle Franco de assessoria técnica para construção de moradias populares.

Gleide Davis é jovem suburbana e faz debate muito urgente sobre saúde mental.

Por isso luta para que as unidades de saúde em parceria com os CAP's possam garantir acolhimento para as mães e famílias que perderam seus filhos e filhas em razão da violência do Estado.

Você fala de que representatividade apenas não basta. O que é importante então na escolha do eleitorado por quem vai estar na Câmara Municipal?
Sim, representatividade vazia não vale de nada, tem um monte de partido de direita, fundamentalista e fascista com candidaturas negras, de mulheres e LGBT, mas na prática o que vai fazer?

Não dá para ser LGBT e estar num partido que defende cura gay. Não dá para ser negro e negra e estar num partido que é contra as cotas raciais. Não tem como ser mulher e estar num partido que tem políticos perversos que praticam violência contra as mulheres na vida pessoal e também na vida política, com ameaças públicas de estrupo.

É sobre isso que fala, representativade precisa vir associada a projeto político de transformação real.

Que desafios você enfrenta para conscientizar mulheres, LGBT, pessoas negras para votarem nos pares delas?
Sobre o desafio é sobre diálogo, sobre apresentação de nossas pautas, nossas trajetórias e nossas histórias de luta.

Tudo isso convence as pessoas exatamente porque não somos distantes delas, não vamos nas periferias a cada dois anos pedir voto, moramos nas periferias, essa é a grande diferença da nossa forma de fazer política. Fazemos política sendo ou não candidatas, seguiremos fazendo luta se ganharmos ou não.


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