Polícia da Chechênia obriga ativista a introduzir garrafa em si mesmo

República russa tem histórico de perseguição a gays e desrespeito aos direitos humanos

Publicado em 12/09/2020
Ativista da Chechênia é obrigado a enfiar garrafa de vidro no ânus
Jovem de 19 anos foi obrigado a gravar vídeo e continua desaparecido

A Chechênia, república no sudoeste da Rússia, continua dando mostras de perseguição a pessoas.

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Um ativista de 19 anos foi forçado a introduzir uma garrafa de vidro em seu ânus e gravar a agressão em vídeo, que foi distribuído nas redes sociais.

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O jovem, chamado Salman Tepsurkaev, aparece completamente nu no vídeo, divulgado no último dia 7. Ele está de joelhos e com uma garrafa em sua frente.

Salman informa que ele é um dos administradores do grupo 1Adat no Telegram. 

Nas imagens, o rapaz parece confuso, chama o grupo de "sujo" e afirma que "fazem coisas vergonhosas". Ele, obviamente, está sendo coagido a falar isso.

Na sequência, Salman conta que vai se punir por um comportamento que um checheno não deveria ter praticado. Ele fala para os outros administradores do grupo fazerem o mesmo.

Ele, então, se contorce de dor ao começar a sentar na garrafa e o vídeo termina.

Em um segundo vídeo, divulgado no dia seguinte, Salman afirma que foi ameaçado pelos torturadores e que ou ele se sentava no objeto ou eles atirariam em sua cabeça.

O grupo 1Adat é bastante crítico ao governo checheno e ao apoio da Rússia aos abusos dos direitos humanos nesta região, incluindo de LGBT.

O Telegram é o canal favorito para os grupos se expressarem. A cena de tortura viralizou esta semana na região, o que fez com que o grupo ganhasse mais adeptos, segundo a imprensa internacional.

Uma das maiores entidades de direitos humanos do mundo, a Human Rights Watch informaou que Tepsurkayev ainda está desaparecido.

"Mesmo para os padrões desprezíveis do governo checheno, o vídeo recente de Tepsurkayev é particularmente violento. Apesar dos repetidos apelos, o governo russo não fez nada para controlar a liderança da Chechênia", disse a entidade em comunicado.

"O vídeo de Tepsurkayev é mais uma prova de que a cumplicidade do Kremlin está alimentando a impunidade e dando às autoridades chechenas luz verde para recorrer à brutalidade impensável para instilar terror e eliminar todas as formas de dissidência."

Desde 2017, há denúncias de campos de concentração para onde são levados gays na Chechênia.


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