Governo argentino também quer direito para homem trans abortar

Logo nas primeiras linhas de projeto de lei é dito que proposta inclui toda pessoa com capacidade de engravidar e não só mulheres

Publicado em 16/12/2020
aborto argentina
Lenços verdes representam movimento pelo aborto

Esqueça a ideia de que aborto seja demanda de controle sobre o próprio corpo vinda apenas de mulheres cisgêneros. Ao fazer isso, você fará o mesmo que o governo federal argentino, que incluiu homens trans e pessoas não-binárias, dentre outras, como beneficiárias da proposta enviada ao Congresso Nacional para tornar legal a interrupção de gravidez. 

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O país está em convulsão por conta do projeto de lei elaborado pela gestão do presidente Alberto Fernández que autoriza o aborto até a 14ª semana de gestação não apenas para pessoas de identidade feminina.

Está logo na terceira linha do texto que a iniciativa tem como objetivo cumprir compromissos com "direitos humanos das mulheres e de pessoas de outras identidade de gênero com capacidade de engravidar".

O mesmo tom inclusivo permanece em todo projeto de lei, que já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e será votado nos próximos dias pelo Senado Federal. A expectativa é de anuência da casa.

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Peça de campanha pela interrupção de gravidez: "Homens trans e pessoas não binárias. Também abortamos"

Abarcar homens trans e pessoas de qualquer identidade que possa gerir um feto não é algo novo no país. 

O site oficial da Campanha Nacional pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito mostra que a demanda dos movimentos sociais é pela inclusão de todas identidades. 

Em 2019, o próprio governo federal já tinha feito orientações a respeito de aborto.

O nome do documento, em si, evidencia a rejeição à ideia de que apenas mulheres cisgêneros precisam de cuidados no procedimento: Protocolo para Atenção Integral às Pessoas com Direito à Interrupção Legal da Gravidez

Nas manifestação de rua, não é raro ver homens trans com lenços verdes, símbolo do movimento de defesa da legalização do aborto. Bandeiras arco-íris também são comuns.

De forma geral, o movimento LGBT apoia integralmente a proposta. 

Lenços azuis são usados por quem se opõe ao projeto de lei. 

No Brasil, a legislação trata pessoas que podem abortar apenas no feminino. O mais comum é falar "da gestante".


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