Causou polêmica o caso do doce de leite comprado pelo padre Fábio de Melo e o gerente envolvido na situação se pronunciou.
Jair Aguiar, de 36 anos, contou que está com medo de sair na rua, de nunca mais conseguir emprego no País e que isso afetou também seu marido.
"É muito doloroso, muito triste para mim", disse Aguiar ao UOL. "Estou com medo de sair na rua, com medo de alguém fazer alguma coisa para mim. O meu esposo está com medo de ir para o trabalho, porque as pessoas ficam falando."
"Onde eu vou conseguir arrumar um emprego aqui em Joinville? Ou aqui no Estado de Santa Catarina, ou até mesmo no País? Porque não é só Joinville que está falando que eu sou a vergonha da cidade, é o Estado todo que está dizendo que eu sou a vergonha do Estado", lamentou.
Em suas redes sociais, o padre afirmou que no sábado 10 ele e amigos foram ao café Havanna, na cidade catarinense, e a caixa cobrou valor maior por dois potes de doce de leite sem açúcar - de R$ 43,90 (o valor do produto normal) para R$ 61,90 (que é o valor do doce de leite zero açúcar).
Ao questioná-la, o religioso ouviu que o valor na prateleira estava errado. Ele também disse que o gerente se aproximou e de maneira "extremamente deselegante" falou: "O preço está errado e é isso. Se quiser levar, o preço certo é este".
No desabafo, Fábio de Melo chamou o gerente de prepotente e que ele estaria com ar de "eu sou dono de tudo aqui e vocês é que estão errados".
Após a repercussão, o Havanna lamentou o ocorrido, pediu desculpas e informou que o gerente havia sido demitido.
Aguiar nega que tenha sido desrespeitoso com o padre ou com qualquer outra pessoa de sua equipe.
Ele explica que o valor correto do doce de leite zero estava em posição errada na prateleira provavelmente porque algum cliente mexeu.
"Não tem o nome do produto na placa", disse. "Só o nome Havanna, a logo e a numeração. O público todo tem acesso, alguém pode mexer, que deve ter sido o que aconteceu. E na hora do movimento ali, a gente acabou não percebendo."
Ele afirmou que soube de sua demissão por meio do jornal e clamou pelo emprego de volta, dizendo que precisa dele para pagar seu aluguel, mas que não foi ouvido.
"Num dia, você não é ninguém, só os teus amigos e as pessoas da tua família te conhecem. Do nada, tem um país todo te massacrando, falando mal de você. E você entra nas redes sociais, os comentários são todos maldosos. Escutaram a versão do padre e ficou por isso mesmo."
"O que ele fez comigo não é justo [...] A única coisa que eu quero é só ficar em paz e conseguir um trabalho de novo, eu preciso arrumar um trabalho, poder me sustentar e terminar minha faculdade."
O religioso lamentou que o gerente tenha sido demitido e disse que quem erra precisa de uma segunda oportunidade.