Série nacional da HBO começa com sexo gay, medo e montação

'Máscaras de Oxigênio Não Cairão Automaticamente' fala sobre epidemia da aids

Publicado em 02/09/2025
Ícaro Silva, Bruna Linzmeyer e Johnny Massaro

Estreou no último domingo 31 a nova série brasileira da HBO Max, Máscaras de Oxigênio Não Cairão Automaticamente.

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O título pessimista se deve ao fato de que a história se passa durante a epidemia da aids e faz trocadilho com um aviso da aviação já que dois dos protagonistas são comissários de bordo.

Na fictícia Fly Brasil trabalham Nando (Johnny Massaro) e Lea (Bruna Linzmeyer) que tiram proveito do voo Rio - Nova York para trazer muambas que eles vendem a conhecidos.

Enquanto Lea está preocupada se engravidou do piloto casado com quem tem um romance, Nando passa de cama em cama ignorando ou debochando do vírus que já dizimava gays em várias partes do planeta.

Uma das vítimas é Pantera (Verónica Valenttino), transformista da boate Paradise, um dos principais núcleos da trama e onde trabalha Raul (Ícaro Silva).

No episódio de estreia, o diretor Marcelo Gomes alinhavou romance, sexo e diversão junto ao medo e pânico que a aids causava no fim dos anos 1980.

Linzmeyer está bem - como de costume - e já mostra entrega a uma personagem que passeia por registros cômicos e dramáticos, enquanto Silva ainda não encontrou o tom de seu leão de chácara que sonha ser transformista.

Mas o destaque vai para Massaro, que foi perdendo o brilho nos olhos enquanto desconfiava e atestava ser soropositivo.

É incomum que um ator aceite dois papéis similares em tão pouco tempo. No filme Os Primeiros Soldados (2022), de Rodrigo de Oliveira, Massaro também interpretou um jovem que se decobre com HIV na época em que o vírus não era controlado por antirretrovirais.

Ao menos por enquanto sua composição para o personagem difere bastante daquela do longa, ainda que ambos estejam (como será mostrado nos próximos episódios) em busca de tratamento e motivados a continuar vivos.

No decorrer da temporada, o comissário irá contrabandear AZT, medicamento que na época era liberado nos Estados Unidos, mas ainda proibido no Brasil. A substância, controversa, ajudava a combater o HIV, mas causava muitos efeitos colaterais, como a anemia.

"Máscaras" acertou na ambientação de um Rio frenético, que abraçava a contracultura, ainda que tenha pecado na escolha das músicas - quase todas, na estreia, são do início dos anos 1980 e a história se passa no fim da década.

A julgar pelo primeiro episódio, a série parece bastante promissora e mesmo que trate de uma fase terrível para a comunidade gay pretende mostrar um viés interessante, aliando drama, romance e comédia.

Serão ao todo cinco episódios lançados sempre aos domingos.


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