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Trans bolsonarista Bia do Salão é pré-candidata a prefeita

Cabeleireira elogia política de Damares Alves e se declara conservadora, de direita e cristã

Publicado em 27/07/2020
Para Bia, Bolsonaro está fazendo um bom trabalho durante a pandemia. Foto: Fábio Nunes/AT
Para Bia, Bolsonaro está fazendo um bom trabalho durante a pandemia. Foto: Fábio Nunes/AT

A cidade capixaba de Cariacica pode ter uma trans bolsonarista como mandatária. 

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Bianca Biancardi, mais conhecida como Bia do Salão, é pré-candidata à prefeitura pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB).

Cabeleireira há 36 anos, Bia possui seu próprio salão há 31 anos em um shopping da cidade.

Fã do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) e da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, Bia diz que não se sente representada pelo movimento LGBT e que não conhece bem as pautas.

"Sou eleitora dele [Bolsonaro]. Penso bastante como direita", disse a empresária ao Tribuna Online. "Eu me defino como uma pessoa conservadora. Sou cristã, católica, contra algumas coisas que a esquerda defende. Se uma pessoa trans tiver direito a estudo, ao trabalho, ela vai ser feliz."

Para Bia, se Bolsonaro tivesse problemas com transexuais, ele não teria uma ministra "que defende a classe como a Damares está defendendo".

"Anos atrás ele falou coisas, não vi o presidente dar depoimento hoje em dia que vai contra o gay. Já vi alguns vídeos editados de anos atrás quando era deputado ainda e nem era tão conhecido."

Para a cabeleireira, o presidente é honesto e está lidando bem com a pandemia do novo coronavírus. "Nunca vi tantas pessoas tendo assistência que está tendo agora. Pessoas que não tinham o que comer e ele não está deixando elas passarem fome."

Sobre a ministra, ela diz que Damares "tem projeto muito legal para as mulheres trans, que fala de profissionalização, de torná-las pessoas produtivas, não colocá-las como seres inferiores. O que vejo muito é colocá-las como coitadas, pois são pessoas que podem lutar pela vida delas".

Ela conta que como se envolve com o salão, com a igreja e ainda é síndica de condomínio, não tem tempo para participar da militância LGBT, mas que possui amigas atuantes no segmento.

Bia, que tem 52 anos, diz que se descobriu trans aos sete anos quando na escola foi proibida de entrar no banheiro feminino. Aos 12, iniciou processo de hormonioterapia.

Aos 30 anos, submeteu-se à cirurgia de transgenitalização ("para adequar totalmente minha cabeça com o corpo") no Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes da Universidade Federal do Espírito Santo.

Sobre os projetos para a cidade, que fica na Grande Vitória é a terceira maior do Estado, a empresária pretende abrir um centro para moradores de rua.

Ela afirma que a saúde e a segurança locais estão muito ruins, assim como atendimento a idosos.

"A prefeitura também possui muitos funcionários sem trabalhar", reclama. "Isso tem que mudar. Quero economizar com esses funcionários e investir na Saúde e em escolas de tempo integral."


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