Segura, política e menor! Assim foi a parada LGBT da Bahia 2018

Menos pessoas, entretanto, não é ponto negativo para o evento realizado no domingo 9

Publicado em 10/09/2018
parada lgbt bahia salvador 2018
Muitos participantes capricharam na produção e coloriram o desfile. Fotos: Welton Trindade

Welton Trindade

Como forma de rebater críticas negativas à marcha de 2017, veio a fala do presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB), Marcelo Cerqueira, entidade organizadora da Parada LGBT da Bahia, de que não haveria trios elétricos em 2018. 

Curta o Guia Gay Salvador no Facebook 

Neste domingo 9 de setembro, sete trios desfilaram por avenidas do centro da capital baiana. A ideia de mudança radical, portanto, não prosperou. E parece que esse fato foi positivo para a 17ª edição da marcha, a maior do Estado. 

Mais
>>> FOTOS: O brilho das cores da parada LGBT da Bahia
>>> FOTOS: Poder e close femininos na parada da Bahia

Sem, pela primeira vez em anos, a Semana da Diversidade, a programação do evento resumiu-se a atividades no próprio domingo. Ao meio dia, no foyer do Teatro Castro Alves, no Campo Grande, iniciou-se cerimônia de entrega de 30 prêmios a pessoas físicas e jurídicas que colaboraram com a cidadania arco-íris. 

A organização foi ponto negativo. O cerimonial não confirmou quem, dos agraciados, estava presente, e chamou no microfone várias pessoas que não foram ao evento. 

parada lgbt 2018 salvador bahia
Ex-boxeador Popó recebeu prêmio pela defesa do seu filho homossexual (na foto)

Dentre os presentes, destaque para instituições de ensino superior que atuaram para a inclusão de pessoas trans, o Grupo San Sebastian, de entretenimento gay, e o ex-boxeador Arcelino Popó, que tem filho homossexual. 

Mais
>>> FOTOS: Os gostosos que passaram pela Parada da Bahia
>>> FOTOS: Os trios elétricos que desfilaram na Parada LGBT

Ao mesmo tempo, do lado de fora em um palco e com uma hora de atraso, começava a maratona de shows de dançarinos, cantores e drag queens da cidade.

As primeiras apresentaçãos foram realizadas para cerca de 20 pessoas. Com o passar das horas, o local aglutinou algumas centenas de indivíduos e a animação aumentou.

No trio de abertura, o da organização, ativistas locais, nacionais e internacional e gestores públicos fizeram discursos pelo voto consciente da população LGBT, parabenizaram o GGB pela realização do evento e reconheceram importantes avanços para a cidadania LGBT na cidade, no Estado e no Brasil. 

Durante o trajeto, praticamente todos os trios, na sua maioria de responsabilidade de entidades ou coletivos arco-íris, reforçavam aquelas mensagens. 

O início da marcha foi marcado por dois pontos negativos. Não foi realizada a ação de tornar o Campo Grande um "abraçódromo", quando o público se abraçaria como forma de demonstrar respeito à diversidade.

parada lgbt 2018 salvador bahia

Além disso, o som do primeiro trio ficou sob responsabilidade do Cortejo Afro. A animação das pessoas no chão foi mínima. 

Também não houve a grande bandeira arco-íris, símbolo do movimento. 

O modelo tradicional da marcha, se não o único, bem raro no Brasil, repetiu-se: ao mesmo tempo em que a parada desfila, shows continuam no palco na concentração. 

No chão, o que faltava no controle dos ambulantes, que atuaram sem nenhum tipo de ordenamento espacial e padronização visual, foi adequado no policiamento.

Foi recorrente ver grupos de policiais no meio da multidão ao longo de todo o percurso. A reportagem do Guia Gay Salvador, em duas horas, presenciou apenas uma briga sem feridos e uma tentativa de roubo. 

O "Fora, Temer" de anos anteriores não foi ouvido. O "Lula Livre", pouco ecoado.

Foi visível, pelos clarões no asfalto, de que a parada diminuiu em público em relação a anos anteriores.

Entretanto, o fato pode ser visto como muito positivo, pois a maior crítica ao evento nas redes sociais era o fato de haver colocado grupos de pagode baiano nas últimas edições nos trios elétricos, o que atraía muita gente, mas sem sintonia com a proposta da marcha. 

Menor, mais arco-íris e mais identitária? A resposta tende a ser sim!

Com trios de decoração muito simples, o destaque foi o carro do aplicativo Uber, muito colorido e, de longe, o mais animado. Responsabilidade da cantora Gilmelândia, que intercalava músicas com mensagens de fortalecimento e contra o preconceito. 

parada lgbt bahia 2018

 


Parceiros:Lisbon Gay Circuit Porto Gay Circuit
© Todos direitos reservados à Guiya Editora. Vedada a reprodução e/ou publicação parcial ou integral do conteúdo de qualquer área do site sem autorização.