Catar 2022: Copa do Mundo vai a país que condena homossexualidade

Relação sexual entre homens é penalizada. O que era ruim na Rússia vai piorar

Publicado em 15/07/2018
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Há denúncias de estrangeiros gays que receberam chibatadas. Chantagem policial não é incomum

Historicamente vinculado a homens héteros e com demonstrações machistas e homofóbicas, o futebol foi celebrado, este ano, na Rússia, país legalmente anti-LGBT.

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O grande palco que recebeu a Copa do Mundo é nação que pune com multa ou até prisão manifestações públicas de homossexualidade, tais como beijos, carinhos ou bandeiras arco-íris.

Direitos que LGBT no Brasil possuem, a exemplo de casamento, uso de nome social saúde e proteção legal contra bullying, estão longe da realidade do segmento na Rússia. 

Por causa disso, nós, editorialmente, ignoramos completamente o evento, a não ser quando se tratava de situações de violação dos direitos humanos.

E mais protesto e lamento vêm aí por parte de todos nós. A Federação Internacional de Futebol (Fifa) não dá a minima para estas questões, tanto que o próximo país a sediar o mundial, em 2022, é o Catar, no Oriente Médio. 

E o que virá em quatro anos? Veja qual é a relação desse pequeno emirado riquíssimo, religioso e discriminatório com a nossa comunidade. 

Homossexualidade masculina penalizada
Como muitos países no mundo fazem, no Catar também há diferença na legislação para gays e homens bissexuais, e lésbicas, com penalidade explícita apenas para os primeiros. O artigo 296 de lei promulgada em 2004 pune homens que cometam "sodomia". 

Pena de morte ou prisão?
Apesar de algumas reportagens falarem sobre pena de morte, esta mesma lei citada acima fala em prisão de um a três anos. É a mesma pena para quem cometer adultério ou se envolver com prostituição, por exemplo.

Discutir homo e bissexualidade é vetado
Existe postura não escrita, mas já relatada na mídia, de que até a discussão sobre homossexualidade e bissexualidade é vetada. A postura das autoridades é que falar a respeito de algo proibido por lei e condenada pelo islamismo é algo que promoveria o pecado e o crime. 

Chibatadas e chantagens
Há relatos de estrangeiros condenados a chibatadas, porém o mais comum é que a legislação seja aplicada mais contra os nativos. Policiais passando-se por gays podem obrigar turistas ou moradores estrangeiros a denunciarem homossexuais locais. Estupros e extorsões também podem ocorrer com turistas.

Bares de hotéis
Habitantes muçulmanos são proibidos de frequentar esses locais, ao menos se estiverem vestidos com túnicas. Nestes pontos, como mostra reportagem da Vice, o clima lembra points gays dos anos 1940 e 1950, quando tudo era camuflado e na base da troca de olhares. A sensação de que você está fazendo errado traduz a realidade: você está mesmo.

Portanto, o que era ruim na Rússia - que levou ativistas LGBT à cadeia durante o mundial de futebol por exibir protesto contra discriminação - vai ser pior em 2022. 


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